Se o leitor for buscar no dicionário do Aurélio não encontrará esta palavra. Simpática, auto descritiva, é um neologismo que se traduz com amplitude e liberdade como a prática da restauração de veículos antigos. Mas como o sufixo indica mobilidade, basta a soma de antigo com o cinético apêndice para que a expressão surja, bastante clara. É por si só bastante explicativa, tanto que consta de documentos oficiais e em breve terá a chancela do novo dicionário Houaiss.
O termo descreve uma atividade crescente que é a preocupação com a salvação dos veículos e maquinários antigos, independentemente de sua configuração. A prática do antigomobilismo está nitidamente associada à atitude cultural de preservar a história. Seus adeptos -- e o antigomobilismo é uma verdadeira seita -- vêm os veículos antigos não como objeto único, mas como um dos integrantes de um cenário de um momento social, econômico, tecnológico. São em número crescente, agindo sozinhos, em clubes ou associações, calculando-se hoje existir cerca de 10 mil pessoas envolvidas com esta simpática e cultural atividade.
Há quem imagine que o antigomobilismo se pratica apenas com automóveis. Ledo engano. Na área de veículos há várias gradações e subdivisões. Há quem só goste de determinada marca ou tipo de veículos, como as limusines ou os esportivos. E haja diversificação. Existem colecionadores de picapes, de jipes e até de caminhões. E os que se dedicam aos veículos militares e destes o arquiteto Hamilton Carramaschi, de Brasília, é realce com seus canhões e tanques
Há os que por limitações de espaço se direcionam pelo caminho da automobília, os artigos que gravitam em torno do tema automóvel: colecionam fotos, ou chaveiros, ou material publicitário, ou manuais de proprietário. E há ainda os que fazem uma vertente paralela, antigomobilista pela metade, ao somar a carroceria de um veículo antigo com um trem mecânico moderno e fazem um produto ao qual chamam hot rod.
Dizem ser um hobby elitista. Não é. A imagem do sujeito com ar blasé, com boné inglês, cachimbo à boca, olhar superior, cheio de si mesmo e jeito de excêntrico ao lado de um Rolls Royce do início do século e apto a gastar uma fortuna para comprar uns parafusos enferrujados é forjada. Cada um gosta de um tipo de automóvel e tem o que quer, o que lhe diz simpatia ou o que pode. E com isto gasta dentro de seu orçamento, exatamente como em qualquer outro passatempo de recreio espiritual -- o que tem ou o que pode.
Claro que há algumas figurinhas carimbadas num negócio destes, como as há em qualquer tipo de atividade humana. Mas são caracterizadas, individualizadas e inofensivas -- bastam-se e ficam por aí mesmo. É o pessoal que não entendeu o espírito da coisa, que usa o veículo antigo para alçar um degrau de falso status.
Os outros, esmagadora maioria, são a turma da preocupação cultural. Os que entendem que pelo fato de um veículo antigo estar restaurado e apto a andar confiavelmente, ostentando todos os brilhos quando do dia de sua fabricação, constitui-se num retrato vivo da história de um momento no país e no mundo e não apenas em mais uma agregação bem refeita de latas e parafusos. É o bolo positivo: as pessoas que se empenham para promover a idéia. Ao contrário das figurinhas do falso status que usam os antigos para se promover. (Wikipédia)
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